Fonte: Editora Intrínseca |
Minha
primeira reação ao saber que um best-seller será adaptado para o cinema é ficar
com um pé atrás. “Hummm, será que vai ficar bom...?” Essa reação é bem comum,
considerando o impacto que a obra original causa. Esperamos, no mínimo, que a
história retratada na telona seja a mesma que lemos nas páginas do livro.
Quando isso não acontece, é uma verdadeira decepção. Mas ao assistirmos àquilo
pelo qual tanto esperávamos, atingindo todas as nossas expectativas, um
sentimento de missão cumprida toma conta de nós. E foi exatamente esse
sentimento que tive ao assistir à adaptação de A Menina Que Roubava Livros.
Eis um filme completo: com doses certas de
emoção, humor, aventura e suspense. Para os fãs do livro, a surpresa maior é
perceber quão lindamente ele foi ajustado para o cinema. A história de Liesel Meminger, na obra escrita, tem a característica
peculiar de ser narrada pela própria Morte. Assim, o diretor Brian Percival usou de um
artifício simples para manter essa mesma aura misteriosa, com uma narração onde
você reconhece e se arrepia com as mesmas passagens do livro, combinadas com
cenas que casam perfeitamente.
O mais tocante, porém, é a mensagem que,
tanto o livro como o filme, nos trás: as palavras têm vida. Elas salvam vidas e
criam-nas. Desde o primeiro livro roubado, passando pelos momentos com o judeu
Max, no porão de sua casa, dos momentos com seu melhor amigo, Rudy, até o fim
de sua própria história, fica claro a força que as palavras têm na vida de
Liesel Meminger. Tanto as ditas, como as simplesmente sentidas.
Tenho que registrar um elogio à atriz
Sophie Nélisse, que interpreta Liesel; à Emily Watson, interpretando a mãe; e
também a Geoffrey Rush – que dispensa qualquer comentário sobre seu talento –
no papel do pai, Hans Hubermann. A cumplicidade de ambos em cena é tão intensa
que as mais de duas horas de filme passam despercebidas.
O ápice está no desfecho. No livro, a
emoção passada pela narração é muito forte, de forma que é impossível não se
comover. Da mesma forma isso nos é transmitido na película. O que mais
impressiona é a leveza da cena, como ela ameniza as barbaridades de uma
Alemanha em plena Segunda Guerra, entretanto, ao mesmo tempo, nos arrebata sem
nos esconder a realidade.
Sendo assim, este é um filme que merece
ser visto e revisto. Para quem já leu o livro, é uma experiência única ver seus
personagens ganhando vida nas imagens. Para quem não leu, é um convite para
vê-los vivos nas palavras.
Sim, já vi inúmeras coisas neste mundo. Frequento as piores desgraças e trabalho para os piores vilões. Mas, por outro lado, existem outros momentos.
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