fonte: Editora Intrínseca |
É de se esperar que uma trama
sobre uma paciente em estágio terminal tenha boas doses de drama. Junte a isso
um romance adolescente e você tem uma história clichê digna da Sessão da
Tarde... Porém, não é isso que ocorre em A
Culpa É das Estrelas, do autor norte-americano John Green.
Comecei a ler esse livro descompromissadamente,
apenas por curiosidade – já que, com a estreia da adaptação para o cinema, o
livro voltou a ser muito procurado. Contudo, logo nas primeiras páginas, a
narração em primeira pessoa conseguiu prender minha atenção.
Imagine o que é ser uma
adolescente marcada para morrer a qualquer momento e ter que ouvir palavras
encorajadoras e vazias, além de ser alvo de pena das pessoas a todo o momento.
Ou você reage a isso com amargura, ou releva com uma dose de humor sarcástico.
E foi justamente a segunda opção escolhida por Hazel Grace, o que tornou a leitura muito prazerosa do começo ao
fim.
Acima de tudo, esse é um livro
sincero. Seu foco não é na superação da doença, mas também não se trata de um
relato conformista. É engraçado ver o
casal Hazel e Augustus tirando sarro
dos próprios infortúnios e interessante enxergar o mundo pelos olhos deles. Em meio
a tantos problemas, eles se fazem questionamentos sobre coisas tão simples e cotidianas,
mas que poucas pessoas param para pensar a respeito.
No fundo, eles não são mais
vítimas do que as pessoas “saudáveis”. Assim como eles, todos estamos em
constante batalha para sermos notados, para deixarmos nossa marca no mundo. Em
meio a um Universo tão vasto,
significar algo para alguém já significa tudo.
Em suma, esse é o principal
recado que A Culpa É das Estrelas nos passa. Significar algo não quer dizer
realizar grandes feitos, mas sim valorizar e reparar nas coisas pequenas e nos momentos
singulares.